Síndrome de abstinência, angústia, ansiedade. Os sintomas, na maioria das vezes associados às drogas, são exatamente os mesmos apresentados por quem é viciado em videogames, ou “vício-games”, como alguns jovens já apelidaram na internet.
“Alguns jovens viciados em videogames chegam a roubar dinheiro dos pais para ir em uma lan house, igual ao que fazem alguns dependentes químicos para comprar drogas”, ressalta o psiquiatra da infância e adolescência Fábio Barbirato, chefe do Setor Infantil da Psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia. O local vai começar a atender adolescentes viciados em games a partir de março.
“Alguns jovens viciados em videogames chegam a roubar dinheiro dos pais para ir em uma lan house, igual ao que fazem alguns dependentes químicos para comprar drogas”, ressalta o psiquiatra da infância e adolescência Fábio Barbirato, chefe do Setor Infantil da Psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia. O local vai começar a atender adolescentes viciados em games a partir de março.
“A compulsão dos jovens por jogos eletrônicos é muito parecida com a compulsão por drogas ou álcool, ou com a compulsão dos adultos por pôquer ou apostas no jóquei, ou dos idosos por bingos”, compara Barbirato.
De acordo com o médico, o maior problema no caso de jovens viciados em jogos eletrônicos é a dificuldade dos pais em identificar e lidar com o problema. “É uma coisa muito nova e as famílias não conseguem perceber com facilidade. Falta um referencial. Como os pais vão dar limites e o exemplo aos filhos se eles não foram criados com computadores e videogames?”, questiona Barbirato.
De acordo com o médico, o maior problema no caso de jovens viciados em jogos eletrônicos é a dificuldade dos pais em identificar e lidar com o problema. “É uma coisa muito nova e as famílias não conseguem perceber com facilidade. Falta um referencial. Como os pais vão dar limites e o exemplo aos filhos se eles não foram criados com computadores e videogames?”, questiona Barbirato.
Segundo ele, muitos pais deixam os filhos entretidos nas máquinas para terem um momento de folga, de alívio.
Hospital trata vício em jogo eletrônico
A maioria dos pais não percebe o problema. Acha que é coisa da idade e que um dia passa. Mas crianças e adolescentes que permanecem horas diante do computador jogando ou "conversando" em sistemas de mensagem online podem ser dependentes eletrônicos.
Por isso, a Santa Casa de Misericórdia do Rio decidiu abrir um ambulatório para tratar de jovens que sofrem desse tipo de compulsão. É um dos primeiros serviços do País para dependentes eletrônicos. Em São Paulo , o Hospital das Clínicas acompanha jovens e adultos viciados em internet desde 2006 (mais informações nesta página).
"É algo tão grave quanto adultos viciados em jogo ou em álcool", acredita Fábio Barbirato, de 40 anos, chefe da psiquiatria da Santa Casa do Rio.
Cerca de cem crianças e jovens estão inscritos, mas nem todos são necessariamente viciados. Há jovens que sofrem de compulsão. Outros, porém, podem ser apenas casos típicos de falta de limites.
"Os pais não foram criados na era digital. Na época deles, as crianças se reuniam para jogar War e outros jogos de tabuleiro. Não sabem muito bem como lidar com o computador e estabelecer os limites para os filhos. E os jovens que têm predisposição a desenvolver compulsão, com o tempo acabam ficando dependentes."
Segundo Barbirato, a Associação Americana de Pediatria defende a tese de que crianças e jovens com até 17 anos não deveriam passar mais do que duas horas por dia usando o computador como diversão. Esse é o limite saudável. "O uso exagerado pode provocar sedentarismo, problemas de aprendizado e dificuldade no relacionamento social. A criança se isola, não convive mais com outras pessoas. E, pelo tipo de linguagem que eles usam no computador, ainda ficam mais propensos a cometer erros de ortografia."
O adolescente que tem compulsão vai aumentando progressivamente o tempo que passa no computador. "Ele deixa a vida de lado para ficar conectado. Geralmente tem queda no rendimento escolar e reduz o seu círculo social. É algo que ele não consegue controlar", completa o chefe da psiquiatria. Quando é proibido de ficar no computador, o jovem apresenta um quadro de abstinência semelhante, em alguns casos, ao apresentado por viciados em drogas. "O adolescente fica agressivo. É algo patológico."
Os sintomas de abstinência mais comuns são depressão, isolamento, angústia, ansiedade e agressividade. "Há casos de jovens que chegam a roubar dinheiro para ir a lan house. É muito sério", diz Barbirato.
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